Ensino de Sociologia

Licenciatura em Ciências Sociais e Sociologia no Ensino Médio
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Aula – Adorno, Educação e Formação

julho 23, 2013 By: polart Category: aula, bibliografia

2013-07-16 17.17.46

Leituras:

ADORNO, T.W. Educação e Emancipação. Cap. Educação Após Auschwitz.
Tradução de Wolfgang Leo Maar. São Paulo: Paz e Terra, 1995.
https://n-1.cc/file/view/1701273/adorno-educacao-apos-auschwitz

OZ, Amos. Da natureza do fanatismo. Conferência de 23 de Janeiro de 2002.
Disponível em: https://pimentalab.milharal.org/2012/07/07/sobre-o-fanatismo/

Complementar:

MAAR, Wolfgang Leo. À guisa de introdução: Adorno e a experiência
formativa.
e
Cap. Educação e Emancipação. In: ADORNO, T.W. Educação e Emancipação.
Cap. Educação Após Auschwitz. Tradução de Wolfgang Leo Maar. São Paulo:
Paz e Terra, 1995.

Ambos disponíveis aqui:
https://docs.google.com/file/d/0B8jeXMvFHiD-Z0NSNjI4cmV4Zm8/

Jessé de Souza – classes sociais, reprodução social e desigualdade no Brasil

maio 20, 2013 By: polart Category: artigo, bibliografia

Reproduzimos abaixo um bom artigo publicado no Estadão que serve de referência para discussões em sala sobre classes sociais, reprodução social e desigualdade no Brasil.

Pensamento mediano

18 de maio de 2013 | 16h 09

A professora Marilena Chauí propõe uma discussão interessante e oportuna acerca da classe média brasileira. Seu julgamento indignado é certeiro, ainda que abstrato e indiferenciado. Mais interessante que o burburinho causado é perceber a “justificação” do privilégio dessa classe para que possamos compreendê-la. Antes de tudo, o que é “privilégio”? E como ele se reproduz? Em todas as sociedades modernas, como a brasileira, os privilégios que asseguram acesso diferencial aos bens ou recursos que todos desejamos, sejam materiais, como carro e casa, sejam imateriais, como o prestígio e o charme que asseguram a conquista de um parceiro erótico, por exemplo, são explicados a partir da apropriação diferencial de certos “capitais” – que vão pré-decidir toda a competição social por todos os bens escassos, materiais e imateriais, que todos desejamos as 24 horas do dia. Esses “capitais impessoais”, antes de tudo o capital econômico e o capital cultural, são, portanto, o fundamento opaco e nunca assumido de toda a dominação social injusta.

 

Filósofa Marilena Chauí propõe reflexão sobre a classe média - Filipe Araújo/Estadão
Filipe Araújo/Estadão
Filósofa Marilena Chauí propõe reflexão sobre a classe média

A regra básica da cegueira na qual todos vivemos é que percebemos o “capital econômico”, mas nunca percebemos o “capital cultural”. É que o capital cultural não são apenas os títulos escolares de prestígio que garantem à classe média seus empregos bem pagos e reconhecidos. Capital cultural é também e principalmente toda a herança imaterial e invisível, tanto emocional quanto cognitiva e moral, que recebemos desde tenra idade, sem esforço, no convívio familiar, como a habilidade para o pensamento abstrato, o estímulo à concentração – que falta às classes populares e a condenam ao fracasso escolar -, a capacidade de perceber o futuro como mais importante que o presente, etc. Isso tudo somado constrói o indivíduo das classes alta e média como “vencedor” na escola e depois no mercado de trabalho, não por seu “mérito individual”, como os indivíduos dessas classes gostam de pensar, mas por uma “vantagem de sangue”, familiar e de classe, como em qualquer outra sociedade tradicional do passado.

Como a herança do capital cultural, enquanto pressuposto emocional, cognitivo e moral de todo privilégio, é invisível e opaca à consciência cotidiana, a falácia do “milagre” do mérito individual pode campear á vontade. Esse falso milagre é o fundamento que legitima todo tipo de apropriação injusta de privilégios permanentes, condenando os indivíduos que tiveram o azar de nascer na família e na classe errada à miséria e à humilhação, como se alguém pudesse “escolher” ser pobre e desprezado. A dominação social moderna é produzida por um engodo, uma fraude, uma mentira compartilhada por todos os privilegiados. Mas isso acontece exatamente do mesmo modo nas sociedades que admiramos e imitamos como França, Alemanha ou Estados Unidos.

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